por Nuno Belchior
Os Estados Unidos têm sido apresentados como os grandes culpados da situação em que o mundo se encontra. A terra da liberdade recusa qualquer tipo de compromisso, sem o compromisso do segundo maior predador mundial, a República da China.
O mais interessante é que grande parte dos complexos industriais e financeiros sediados na China são Norte-Americanos e Europeus, e os produtos aí produzidos dirigem-se para o mercado mundial sendo a grande fatia absorvida pelo mercado ocidental.
Numa forma resumida exporta-se tecnologia e know-how para a China produzem como convém a baixo custo, trabalhadores sem salários dignos e sem regalias sociais, destruição do meio ambiente, atentados aos direitos humanos. Os governos ocidentais usam a forma de produzir chinesa, de forma a satisfazer a política interna, passam a responsabilidade para as pessoas, tornadas consumidores, que se resignam com os seus baixos salários e precaridade laboral em comprar o mais barato possivel, que é chinês. Campo perfeito para a corrupção, estimulada e organizada, para poder fazer continuar andar a máquina.
Vender gato por lebre, conversa de trapaceiro, são apenas algumas expressões que podemos utilizar para descrever esta conferência.
O dinheiro público deve ser utilizado para o bem comum e não para uns quantos, como foi o caso da crise financeira este ano.
Mas, terá havido mesmo crise ou, terá sido apenas concentração de poder?
O que movia os Estados representados nesta cimeira era o investimento no combate às alterações climáticas. Este era inferior a practicamente um quarto do que utilizaram para salvar o sistema financeiro. Em apenas um ano, os Estados apoiaram o sistema financeiro com o mesmo montante que apoiaram o combate à fome em Africa nos últimos trinta anos.
Acções beneméritas no combate às alterações climáticas? Ou responsabilidade pela situação em que o planeta se encontra, criada por estes? Ajuda aos paises afectados pelas alterações climáticas ou compensações?
Qual é o valor de uma comunidade? O valor individual do ser vivo baixou tanto que temos que tomar toda a comunidade para este ganhar alguma importância, neste sistema que se movimenta em abstractos milhões.
Contudo, o desaparecimento vertiginoso de várias comunidades por todo o mundo é hoje irreversivel e tem culpados, Banco Mundial e FMI. Talvez o mais interessante é ver a proposta dos Estados Unidos para tornar o Banco Mundial o gestor do fundo para as alterações climáticas.