Estamos a mudar-nos para: http://www.projecto270.com/

26.7.10

projecto270 @ dialogue cafe, no MUDE

projecto270 @ dialogue cafe, no MUDE - quinta-feira, 29 de Julho                                                  Convidamos a assistir à programação do Dialogue Cafe, no piso1 do MUDE - Museu do Design e da Moda.
O acesso à sala é livre a todo o público interessado em assitir às conversas entre os nossos convidados e os da Universidade Cândido Mendes no Rio de Janeiro.
Contamos com a sua presença e divulgação!

20.7.10

Jantar da Minhoca - 24 julho @ projecto270

Sábado 24 de Julho, jantar para a minhoca. 

Como forma de arranjar fundos para a construcção de um minhocário resolvemos fazer um jantar. Pretendemos sensibilizar as pessoas para practicas que possam
contribuir para o combate às alterações climáticas e a preservação da biodiversidadade, acima de tudo o que é a agricultura biológica...

1.7.10

Libertar as Horas @ projecto270





10 de Junho de 1985 - O navio Rainbow Warrior da Greenpeace é afundado no porto de Auckland, Nova Zelândia, por agentes da DGSE francesa. Na sequência do rebentamento de uma bomba o fotógrafo português Fernando Pereira morre na explosão. A missão do navio era fazer campanha contra testes nucleares que o governo Francês fazia na atoll de Moruroa. (link aqui)


Libertar as Horas

Num mundo dominado por máquinas seria suposto que o indivíduo voltasse a ter o seu tempo, esse tempo que lhe foi retirado após ousar comer da árvore do conhecimento.

A hora passou a ser a fórmula de como o homem foi sendo expoliado do seu tempo, as sociedades (des)envolvidas não se podem coadunar com as horas naturais. Acentam no pressuposto de produção / consumo baseado na extracção / desperdício, na destruição ecológica.
A hora foi aprisionada em 60 minutos e dividida em meia ou em quartos.
Tal como a sociedade humana: dividida, compartimentada e estigmatizada.
As sociedades em que as horas se diluem para lá dos sessenta minutos são sociedades discriminadas pelos “paises desenvolvidos”. Estes, por sua vez, demonstram a sua dificuldade em viver pelos ciclos naturais. O homem moderno libertou-se da natureza através da práctica de Haraquiri.

A fotografia capta o momento, fixa para a posterioridade um segmento do tempo.
Ela reforça o sistema ao mesmo tempo que o corrompe. A imagem passou a ter uma importância na forma como a sociedade age, o seu poder de mostrar a realidade do momento. À sua volta conjumina-se passado, presente e futuro, a simplicidade de uma fogueira em noite de lua cheia ou de lua nova com as suas sombras e silhuetas é substituída pela materialização numa forma bidimensional, continua a depender do contador de histórias para atingir a sua apoteose de momento.
O segundo é uma parte do minuto, uma parte de uma hora.

A divisão é a operação matemática com maior peso na sociedade moderna, dá mote a uma verdade politica “dividir para reinar”. A importância deste acto chegou ao átomo, a bomba atómica, a era nuclear. O estado demonstra o seu poder até à mais infima particula. Condena a utupia apropriando-se dela, a energia numa pequena particula, o sonho do homem, o seu pesadelo.

Sermos todos iguais? O que nos une senão a hora, o momento.
Continuaremos a afirmar que democracia possivel é a da Pólis Ateniense, suportada por trabalho escravo nas minas de prata e nos mercenários?
Reclamaremos as horas retiradas ou contentamos apenas em ficar com a sua transformação, “um pouco disto um pouco daquilo”, embaladas em plástico, acompanhadas com uma imagem de ideal.

O tempo medido serviu para libertar o homem do jugo das forças da natureza, permite subjugar o homem pelo homem e dominar todos os outros seres vivos.
Libertar resume-se à questão de um verbo transitivo, ele não se constitui por si, ele precisa de um elemento. Estará o homem na posição de se tornar num complemento? Parar a sua divisão? Tornar-se livre?

A sua exclusão do mundo natural, levou a que tomasse uma posição antropocêntrica, baseada no desenvolvimento de ciências onde procurava libertar-se do determinismo natural. Afirmando o seu lugar no mundo, e este corresponde ao mesmo de outros seres, e que a sua resignação de não querer aceitar os resultados do conhecimento que desenvolveu, será a razão do seu sofrimento.
Libertemos então as horas para reclamarmos o nascer do sol, o sol do meio dia e o pôr do sol. Reclamemos o sonho, a lua.