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18.12.09

projecto270 @ No Borders Action! No Climate Refugees! 14_12



Pela manhã, o grupo reclaim the fields dirige-se para o centro de copenhaga, onde está instalado o centro greenwash hopenhagen, onde as grandes empresas fazem o seu show-off. Imediatamente temos a policia a perguntar o que fazemos ali. Vamos tomar o pequeno almoço. Temos marcada uma manifestação diante do edificio onde se está a discutir o mercado de carbono, ou seja, quanto ganhamos nós na próxima década enquanto sugamos até ao tutano tudo o que resta deste planeta. Dispersamos e quando estamos todos no centro, dirigimo-nos ao edificio, do outro lado da avenida. Os seguranças ficam nervosos. Um bando de jovens mascarados como padres??, mais uns a distribuir papeis, e agora, lá ao fundo, a banda de samba. Isto vai dar asneira, pensam. Em minutos temos o edificio rodeado de policia, e acordamos que não barramos a entrada a ninguém, mas mantemos firme o direito à livre expressão. O sacerdotes distribuim copões de indulgencia aos representantes das grandes empresas. E não há nada como uma boa batucada para dar animo a uma manifestação, e ainda por cima, sem termos tomado o pequeno almoço. Continuamos a denunciar os negócios que continuam nos andares acima das nossas cabeças. Entretanto há pessoas que vêm às janelas do edificio, verificar a situação. Um spokesman desce e comunica-nos que podemos enviar uma pessoa responsável para expor os nossos pontos de vista perante a reunião. Todo o grupo recusa. Ou vamos todos, ou não vai ninguém. Ficamos mais um pouco e depois dirigimo-nos, sob escolta, até hopenhagen, onde soltamos as últimas palavras e voltamos às agendas do dia.
Hoje é dia de meetings: reuniões para as acções de amanhã, dia da agricultura, reuniões de preparação para a grande manif de dia 16, sessões de esclarecimento. Há também mais manifestações, e estamos todos mobilizados nas diferentes direcções que temos de ir, para amanhã voltarmos a reunir e apresentarmos os diferentes programas ao grupo.
Vamos a uma reunião sobre a acção do nosso grupo para amanhã, e mais uma vez, somos testemunhas do ponto de viragem deste movimento. É estruturada uma acção clean, simples, actractiva e agradável. Damos o mote: "taste the diference!". Estamos todos com muito bom feeling.
À tarde vamos ao centro mais quente do momento, em Ragnhild. É aqui que grande parte dos activistas vivem, onde se dorme, se come, se planeia, se pinta, se escreve. Foi também aqui que a policia veio apreender materiais, criando uma das primeiras violações dos acordos.
Fazemos um workshop onde activistas da organização CJA pintam cenários possiveis para dia 16. Muitas das pessoas neste encontro acham ridiculo: cães?? acham mesmo? gás pimenta?? não consigo visualizar... O trabalho destes activistas é muitissimo bem direccionado, fortificando os grupos de afinidade e os pares, reforçando a importância de olharmos uns pelos outros, sempre.
Focam as tácticas utilizadas pela policia dinamarquesa, fazem-nos trocar de personagem para vermos como nos sentimos na pele de um policia com milhares de pessoas à frente, e, falo por mim, senti-me mínima. Não deve ser fácil estar do outro lado. O ponto central de dia 16 é passar a barreira policial, e realizar uma assembleia popular, onde os representantes dos povos mais prejudicados pelas alterações climáticas falarão, e as pessoas apresentarão as soluções e o caminho a seguir. São distribuidos Guias de Acção e Bust-Cards com os nossos direitos na Dinamarca.
No final do dia voltamos à sub-kitchen suéca, com a reconfortante sopa bio quente e boa, que sabe a voltar-a-casa. Alguns do grupo decidem ir para a festa am Christiana, o Belchior vai também. Eu fico com Lucy, colega do curso de EDE que tirámos em Findhorn em 2007, que encontrámos ontem, por coincidencia, mais um elemento da familia. Procuramos diluente para limpar o chão do hall da escola, que ficou pintado depois de termos terminado a nossa faixa, mas está tudo fechado ao fim de semana. Na busca pelo quimico, perco o BI. Fazemos o caminho inverso, e encontro-o numa loja de bebidas onde fomos pedir informações. O alivio é grande, tão grande quanto o cansaço. E voltamos para casa, enfrascando-nos em muffins. Ui, açucar e frio, perigosa aliança...
Descansamos e sonhamos com a utupia.
Entretanto, o Nuno liga-me dizendo que devem chegar bem mais tarde do que tinham planeado porque, estão barricados dentro de Christiania. A festa essa, está óptima. Ok. Aviso a organização.
Ligamos a mais pessoas que estão tão divertivas a dançar que nem se apercebem do que se passa lá fora. Entretanto chega um grupo de suécos que conseguiram fugir do bairro. Fugir?
Deve estar tudo bem, dizem-me.

Tania Simoes