12 agosto -13 set.
Vamos atear o fogo e deixa-lo a arder a noite inteira, olhar para baixo e para cima. Mexer a sopa que se faz na panela e come-la. Vamos acender a fogueira, com o que sobrou das árvores que faziam sombra. Uma sopa para fazer lembrar o quanto a vida é simples. Aqui há liberdade de colocar achas na fogueira, aqui há liberdade de olhar para as estrelas mesmo em dia de lua cheia. Subir até ao topo da arriba e lembrar que tudo é mutável, ver lá em baixo a luz dos pensamentos e o reflexo da lua no oceano.
À roda da fogueira, partilhar sabedoria, darmos mais um passo na participação ativa para a resolução de problemas que afectam directamente a nossa relação com a natureza. Desconstruir construir novas realidades, ousar pensar alto. Colocar todo o nosso conformismo a arder, vê-lo a desvanecer-se pelo céu, perceber que apenas foi mais um momento, para podermos olhar de novo para o céu estrelado e para a lua cheia.
Em todo o mundo o Fogo simboliza a limpeza, um fim de ciclo. Com a cinza restante das árvores que tapavam o sol, enriqueceremos o solo. Recuperar os ritmos naturais que foram sendo modificados através do recurso à legalização da violência, levando à aniquilação do indivíduo.
A autogestão como via para semear uma dinâmica de vida, baseada na criatividade para uma relidade mais justa. A procura como necessidade essencial de liberdade orgânica, a margem do mecanicismo que nos é imposto. Proporcionar o desenvolvimento, neste novo ciclo de lua de uma cultura emancipatória heterógenea, que nos liberte desta cultura consumista homogenizada, predadora e criminosa.
Jantar comunitario 3 achas.