Boa noite,
O meu nome é Tania Simoes, faço agricultura biológica nas terras da costa, e juntamente com o meu companheiro Nuno Belchior, representamos o projecto270.
No projecto270 fazemos da nossa experiencia uma partilha:
Acreditamos na produção agricola sustentavel em direcção à soberania alimentar, optimizando o uso dos recursos locais para minimizar os impactos negativos sentidos no plano socio-economico e no ambiente.
Acreditamos na agricultura biológica porque esta cria sistemas de cultivo resilientes, capazes de assegurar cadeias alimentares locais e de contribuir para o combate às alterações climáticas, bem como é um método altamente efectivo na questão do sequestro de carbono.
Segundo a IFOAM, dependendo da gestão implementada e de variaveis tais como: tipo de solo, clima e niveis de carbono iniciais; as taxas de sequestro de carbono em terra arável podem variar entre 200kg a 2000kg de carbono por hectare por ano.
Acreditamos que no panorama actual, precisamos de um paradigma alternativo de desenvolvimento agricola, que incentive a sustentabilidade, a biodiversidade, o ser ecologico e socialmente mais justo.
Acreditamos que os pequenos agricultores têm uma importância central para as respectivas comunidades, e são a solução para a independencia alimentar.
Acreditamos que a fim de proteger os meios de subsistência que ainda nos restam, a segurança alimentar dos cidadãos e a sua saúde, os empregos, o ambiente, a produção alimentar tem que permanecer nas mãos de agricultores sustentáveis em escala reduzida e não pode estar sob controle de grandes companhias ou cadeias de supermercados do agro-negócio.
Sabemos que a Câmara Municipal de Almada é sensivel a estas questões, como tal e tendo em conta o que descrevi, gostariamos de saber a posição da Câmara Municipal de Almada relativamente às terras agricolas que muito têm dado que falar, nas Terras da Costa.
Gostariamos ainda de saber a vossa posição em relação ao projecto270 e às actividades que temos vindo a desenvolver nos últimos sete anos, visto que apesar de várias tentativas de aproximação e colaboração com alguns dos vossos serviços, continuamos a não ter trabalho conjunto, e não percebemos este impasse.
Se caminhamos no mesmo sentido, o que está a faltar para construirmos soluções viaveis?
Obrigada.